Charles Haddon Spurgeon
Charles Haddon Spurgeon nasceu na Inglaterra numa época em que, por toda a Europa, o simples fato de optar pelo evangelho e viver segundo os padrões de Deus, equivalia a colocar a cabeça a prêmio. Muitos reis e imperadores, influenciados pelos dogmas católicos, que buscavam interesses políticos e financeiros, perseguiam e matavam qualquer um que se autodenominasse crente ou evangélico. Milhares de exemplares da Bíblia era destruídos, muitas famílias evangélicas eram queimadas em praças públicas, por toda a Europa, e até mesmo povoados, cuja maior parte da população seguia a Palavra de Deus com integridade, eram dizimados.
No entanto, em meio a um cenário de perseguições, Deus levantou um jovem que veio a tornar-se uma dos maiores pregadores de todo o Reino Unido. Com um ministério tão marcante que séculos após sua morte, suas mensagens continuam transformando a vida daqueles que as ouvem.
Spurgeon era filho e neto de pastores que haviam fugido da perseguição. No entanto, somente aos 15 anos, ocorreu seu verdadeiro encontro com Jesus. Segundo os livros biográficos, Charles orou, durante seis meses, para que, "se houvesse um Deus", Este pudesse falar-lhe ao coração, uma vez que se sentia o maior dos pecadores. Spurgeon visitou diversas igrejas sem, contudo, tomar uma decisão por Cristo.
Certa noite, porém, uma tempestade de neve impediu que o pastor de uma igreja local pudesse assumir o púlpito. Um dos membros da congregação - um humilde sapateiro - tomou a palavra e pregou de maneira bem simples uma mensagem com base em Isaías:
“Olhai para mim e sereis salvos, vós todos os termos da terra” – Isaías 45.22
Desprovido de qualquer experiência, o pregador repetiu o versículo várias vezes antes de direcionar o apelo final. Spurgeon não conteve as lágrimas, tamanho o impacto causado pela Palavra de Deus.
Após sua conversão, Spurgeon começou a distribuir folhetos nas ruas e a ensinar a Bíblia na escola dominical para crianças em Newmarkete, Cambridge. Embora fosse jovem, Charles tinha rara habilidade no manejo da Palavra e demonstrava possuir algumas características fundamentais para um pregador do Evangelho. Suas pregações eram tão eletrizantes e intensas que, dois anos depois de seu primeiro sermão, Spurgeon, então aos 20 anos, foi convidado a assumir o púlpito da Igreja Batista de Park Street Chapel, em Londres, antes pastoreada pelo teólogo John Gill. O desafio, entretanto, era imenso. Afinal, que chance de sucesso teria um menino criado no campo (anteriormente, Spurgeon pastoreava uma pequena igreja em Waterbeach, distante da capital inglesa), diante do púlpito de uma igreja enorme que agonizava por umas transformação espiritual?
Localizada em uma área metropolitana, Park Street Chapel havia sido uma das maiores igrejas da Inglaterra. No entanto, naquele momento, o edifício, com 1.200 lugares, contava com uma platéia de pouco mais de cem pessoas. A última metade do século 19 foi um período muito difícil para as igrejas inglesas. Londres fora industrializada rapidamente, e as pessoas trabalhavam durante muitas horas. Não havia tempo para as pessoas se dedicarem ao Senhor. Mas o jovem Spurgeon aceitou sem temor aquele desafio.
O sermão inaugural de Charles naquela enorme igreja ocorreu em 18 de dezembro de 1853. Havia ali um grupo de fiéis que nunca cessou de rogar a Deus por um glorioso avivamento.
Nos anos que se seguiram, o templo, antes vazio, não suportava a audiência, que chegou a dez mil pessoas por semana. O número de pessoas era tão grande que as ruas próximas à igreja se tomaram intransitáveis. Logo, as instalações do templo ficaram inadequadas, e, por isso, foi construído o grande Tabernáculo Metropolitano, com capacidade para 12 mil ouvintes. Mesmo assim, de três em três meses, Spurgeon pedia às pessoas, que já tivessem assistido aos cultos naquele período, que se ausentassem a fim de que outros pudessem estar no templo para conhecer a Palavra.
Muitas congregações, um seminário e um orfanato foram estabelecidos. Com o passar do tempo, Charles Spurgeon se tornou uma celebridade mundial. Recebia convites para pregar em outras cidades da Inglaterra, bem como em outros países como França, Escócia, Irlanda, País de Gales e Holanda. Spurgeon levava as Boas Novas não só para as reuniões nas igrejas para também pregava em cruzadas evangelísticas nas ruas.
Spurgeon casou-se em 20 de setembro de 1856, aos 22 anos, com Susannah Thompson e teve dois filhos, Thomas e Charles. Segundo relatou sua esposa a família inteira viva numa busca incessante pela presença de Deus em suas vidas; “sempre fazíamos cultos domésticos, em família; quer hospedados em casas simples ou luxuosa, quer em um simples quarto de hotel na cidade ou no campo. E a bendita presença do Espírito Santo, que muitos crentes dizem ser impossível alcançar, era para nós a atmosfera natural. Vivíamos e respirávamos nEle”, relatou, certa vez, Susannah.
Charles ainda escreveu 135 livros, entre os anos de 1865 a 1892, e editou uma revista mensal denominada A Espada e a Espátula. Faleceu em 11 de fevereiro de 1892. E até o último dia de seu pastorado, Spurgeon batizou 14.692 pessoas.
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