As Aranhas - Engenharia Animal
- Por
- Michelson Borges
A história está repleta de exemplos de engenheiros, cientistas e artistas que se inspiraram na natureza para realizar seus projetos. Eiffel projetou a famosa torre que leva seu nome, e que suporta um peso enorme sobre curvas elegantes, inspirado na estrutura dos ossos. Outros exemplos são as pontas das agulhas hipodérmicas, moldadas como presas de cobras; o velcro, que foi baseado no mesmo princípio dos carrapichos que grudam na roupa; e as tintas autolimpantes que imitam a superfície da flor de lótus.
Mas há ainda outro exemplo de “engenharia animal” que fascina e desafia os pesquisadores: a teia de aranha. Inúmeros cientistas em todo o mundo tentam copiar as propriedades da seda que as aranhas produzem e reproduzir o método que elas utilizam para fabricar a teia.
São as propriedades dessa seda que causam inveja e deixam abismados os seres humanos. Mais fina que um fio de cabelo, mais leve que o algodão e (nas mesmas dimensões) mais forte que o aço, a teia é capaz de se estender por até 70 km sem se quebrar sob seu próprio peso, e pode ser esticada até 30 ou 40% além de seu comprimento inicial, sem se romper (o náilon, por exemplo, suporta apenas 20% de estiramento). Caso fosse possível construir uma teia com a espessura do fio equivalente ao de uma caneta esferográfica, ela seria capaz de parar um Boeing 747 em pleno vôo!
Uma vez sintetizada, a teia seria sem dúvida um material revolucionário. Ela poderia ser utilizada na fabricação de roupas e sapatos à prova d’água, cabos e cordas, cintos de segurança e pára-quedas mais resistentes, revestimento antiferrugem, pára-choques para automóveis, tendões e ligamentos artificiais, coletes à prova de balas, e um longo etc.
A seda da teia de aranha é produzida por várias glândulas localizadas no abdômen do animal, e cada glândula das sete conhecidas produz um fio para propósitos específicos. “A seda da teia é constituída principalmente de uma proteína que tem peso molecular de 30 mil daltons, enquanto dentro da glândula. Fora da glândula, ela se polimeriza para dar origem à fibroína, que tem peso molecular em torno de 300 mil daltons”, explica Rivelino Montenegro, doutorando do Max Planck Institute of Colloids and Interfaces e membro da Sociedade Criacionista Brasileira.
Segundo os evolucionistas, as aranhas teriam surgido há cerca de 125 milhões de anos. Porém, estudos recentes mostram que a teia parece ter sofrido pouquíssimas modificações ao longo do tempo, o que sugere que as aranhas foram criadas com seu complexo sistema de fabricação de teias já plenamente desenvolvido e funcional.
A maestria com que a aranha tece e controla a composição química da teia (processos ainda longe de serem copiados) para cada finalidade específica, mostra o quanto sistemas biológicos como esse requerem planejamento e, portanto, um planejador.
Esses pequenos “engenheiros” da natureza apontam para o grande Engenheiro cósmico – o Criador do Universo.
Michelson Borges é jornalista, formado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Foi professor de História em Florianópolis e editor do jornal da Rádio Novo Tempo daquela capital, onde também apresentava um programa de divulgação científica. É editor de livros na Casa Publicadora Brasileira e autor dos livros A História da Vida, Por Que Creio, Nos Bastidores da Mídia (publicado em espanhol, com o título Detrás de los Medios), Esperança Para Você, da Série Grandes Impérios e Civilizações, composta de seis volumes, e do livro A Descoberta (em coautoria). Mestre em Teologia pelo Unasp, é membro da Sociedade Criacionista Brasileira, tem participado de seminários criacionistas em vários lugares e mantém o blog www.criacionismo.com.br.