Jahangir Durrani - Todos darão Glória a Cristo

todos-darao-gloriaMeu nome é Jahangir, filho de Khair Ullah Khan, e sou parente dos Durranis, a antiga família real do Afeganistão. Há uns 100 anos, meus antepassados mudaram-se para Sind e chegaram a ser prósperos proprietários de terra na antiga cidade de Shikarpur. Como sou pathan, conheço muito bem o Islamismo, porque os pathans são muçulmanos muito severos e que se regem pela lei islâmica. Meus pais eram pessoas severas, não tomavam bebidas alcoólicas e ensinaram a meu irmão e a mim os mistérios do Islamismo de uma maneira completa. Hoje em dia, meu irmão mais velho é um xiita ardoroso, e eu, um soldado de Cristo.

Faz alguns anos, eu trabalhava numa casa de móveis, quando chegou um missionário evangélico com algumas cadeiras. Durante a conversa, falou-me sobre a Bíblia e Cristo. Não prestei muita atenção, pois minha mente estava impregnada pela lei e me era impossível reconhecer tão rapidamente a graça de Deus. Logo fui à casa do missionário e ele me deu um livro chamado “O Santo Evangelho”. Comecei a estudá-lo cuidadosamente. Senti que enquanto o lia uma voz me dizia: “ Tu, Jahangir, és um pecador e um inimigo de Deus. Nas boas obras não há paz duradoura”. No meu caso, era certo, porque embora fosse um respeitável homem de família, em meu coração não havia paz. Eu estava cheio de orgulho. Ainda me lembro do versículo que fala que o Evangelho é “poder de Deus para Salvação de todo aquele que crê.” (Rm. 1:16)

Cheguei a ficar mais e mais perturbado: acreditei em Deus como juiz e compreendi que a salvação vinha por meio de Cristo (Hb. 4:12) e que o juízo havia terminado na cruz. Mas para mim, era impossível abandonar o Islamismo e crer nEle. Entretanto, diariamente lia com muita atenção o Novo Testamento. Meu caráter estava mudando e as pessoas se assombravam ao ver que um homem tão orgulhoso como eu pudesse ter se tornado tão humilde.

Um pouco perturbado, resolvi dedicar-me à oração. Uma noite, que pareceu ser a primeira e a última de minha vida, ouvi uma voz que me dizia: “A cura para um espírito perturbado é a fé, a fé que Jesus Cristo é o Messias e o Filho de Deus. Se você quer pertencer à família de Deus, reconheça Seu Filho como o Senhor de sua vida.” Eu não sabia quem estava falando dessa forma. Pela manhã, tomei a firme decisão de crer em Cristo. Então, para fortalecer minha decisão, li a tradição islâmica que diz que no dia final todos darão glória a Jesus Cristo. Então pensei comigo mesmo: “Fazê-lo naquele dia será compulsivo, eu o farei agora voluntariamente.”

As pessoas ficaram sabendo que um Durrani estava lendo o Evangelho. Muitos chegaram a aconselhar-me que não o fizesse mais, dizendo: “Você está mudado; isto o levará para o mau caminho, sua fé será debilitada.” Minha resposta era o silêncio. Fui sentindo que Cristo me dirigia no sentido de responder com meu testemunho, de maneira que O obedeci. Então, houve lamentação na cidade: veio gente de todas as partes para arrazoar comigo, mas não surtiu nenhum efeito, porque a chama da fé já começava a queimar no meu coração.

Chegou o dia em que decidi que era necessário participar da comunhão fraternal de uma igreja. Havia aprendido qual é a verdadeira fé que dá a salvação.

Batizei-me em Shikarpur. Meu estado mental antes de imergir na água era estranho; nunca havia experimentado algo assim. Para mim, entrar na água não era nada novo, pois eu era um bom nadador; mas esta água era diferente. Antes de entrar, meu coração parecia um broto que começava a abrir e florescer plenamente. Quando submergi pela Segunda vez, vi a Cruz de Cristo que me tomava e unia a Ele. Eu creio que Jesus é o Filho de Deus, que é o Deus encarnado, que me salvou e, efetivamente, redimiu-me com Seu próprio sangue. É necessário receber a herança das riquezas da fé e logo entender que nossos pecados foram lavados, reconhecendo pessoalmente Cristo como o Senhor e Salvador. Isto não se produz como resultado de argumentos ou provas intelectuais, mas sim, pela fé.

Mas o negro não se torna branco assim tão facilmente, como é possível verificar pela minha experiência pessoal. Trabalhei durante algum tempo na biblioteca cristã em Hyderalad, à qual vinham muitos muçulmanos jovens para fazer perguntas e ler a Palavra de Deus. Minha oração é que meus irmãos muçulmanos reconheçam pessoalmente que a salvação se encontra em Cristo, e que Ele é realmente o Filho de Deus. Chegará o dia quando, pela influência do Espírito Santo, mais e mais pessoas reconhecerão que Cristo é o Salvador do mundo.

  

R. F. Wootton

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